Esta modernização deve-se, em grande medida, à popularidade do ritmo, que passou a ser, no exterior, um nome genérico que abarca a música tropical colombiana. A sua difusão é fruto das emissoras de rádio e casas discográficas como Fuentes e Sonolux, esta última dona de um rico arquivo histórico de música popular. Vários dos ritmos que têm êxito a partir dos anos 50, e que ainda gozam dele, são filhos ou parentes da cumbia. A cumbia é interpretada por infinidades de orquestras e grupos que a alternam com outros géneros.
O mundo do canto vallenato é muito curioso, e pertence ao realismo mágico. Em pouco tempo passou de ser música local de Valledupar (daí vem o seu nome) a ser um ritmo conhecido em meio mundo. É, sem dúvida, a peça mais forte do folclore actual da Colômbia. Embora agora floresçam os grupos por todas as partes e as canções girem à volta dos amores e dos desamores, a temática original era muito mais rica e tinha que ver com os sucessos da comarca. O cantor de vallenatos era uma espécie de figura picaresca errante que relatava nas suas canções a crónica mundana. Produzia-se um diálogo entre a sua voz, que entoava coplas ou acontecimentos amorosos, e o acordeão de botões. É uma música que reúne três culturas: o acordeão europeu (trazido pelos marinheiros), o tambor ou caixa de África, e a raspa de cana ôca ou guacharaca. As suas origensmíticas atribuem-se a Francisco El Hombre, jogral que corria as províncias de Cesar e Guajira, no nordeste da Colômbia, montado no seu burro e com o acordeão. Entre os vallenatos são muito comuns os desafios para por à prova a capacidade de improvisação e a resposta dos músicos. O vallenato que contava histórias foi sucedido por um vallenato sentimental muito mais comercial e heterodoxo, com orquestrações complicadas e promoções milionárias. Foi o venezuelano Roberto Torres que ajudou a difundir vallenato fora da Colômbia, misturando-o com salsa e joropo.